quinta-feira, 10 de março de 2011

Coluna: Ponto de vista!


Tanto riso, oh quanta alegria...

A Coluna sempre sai no fim de semana, mas como neste estarei em Sampa, resolvi antecipar a coluna.

E aproveitando que até ontem ainda era Carnaval, vou falar de um assunto que tem a ver com carnaval, com turismo e com Votuporanga.

Na década de 80 o carnaval em Votuporanga recebia só os filhos da terra que vinham das cidades onde estudavam e ou trabalhavam.

O carnaval não trazia “divisas” para a cidade, e tinha apenas o caráter de se voltar para rever os amigos e parentes em uma festa popular e muitas vezes fechada aos círculos de amizade formados nos clubes.

Hoje o carnaval em Votuporanga está mais para negócio do que simplesmente uma confraternização entre amigos da sociedade.

Mas parece que muita gente em Votuporanga, ainda não entendeu isso.

Não dá para passar despercebido o fato de o comercio não ter aberto na segunda-feira de carnaval, alias, não dá pra entender como a cidade ferve com o aluguel de casas para os turistas/foliões e o comercio não abre no carnaval.

Muito se houve falar em Votuporanga sobre como a cidade tem potencial para Turismo de Evento, horas o carnaval é um evento, e se a cidade não estiver toda voltada para receber os turistas, eles não voltam.

Em turismo seja ele qual for, de evento, cultural, ecológico, histórico, ou em qual categoria se encaixe, só há retorno financeiro para o receptivo, ou seja, para a cidade que recebe, é nela que tudo acontece, que o turista gasta, dorme , come, precisa se locomover, e ele só volta se a infra-estrutura for boa e o atendimento for impecável.

“Se estiver difícil de entender é só inverter a ordem, se você vai a turismo conhecer uma cidade em um feriado, ha uma cidade que tenha algo que você não tem na sua cidade, e chegando lá em pleno feriado, estiver tudo fechado e você não tiver onde comprar coisas, nem onde almoçar ou jantar, só tem aquilo que não tem na sua cidade e mais nada, você vai voltar lá em outro feriado?”

 Muito provavelmente não, a não ser que você goste de sofrer.

Com o Turista/folião do bloco OBA! e do Carna-Votu, é a mesma coisa, esses jovens querem se divertir.

Querem gastar pouco? Ok, mas quer consumir o básico, um restaurante para comer algo, uma farmácia pra comprar uma aspirina, nada de Luxo, mas um local descente, a Cidade tem que se mostrar demonstrar gostar da presença dos turistas.

Fico me imaginando no lugar de um desses jovens de outras cidades, outros estados que aqui estiveram nesse Carnaval, e se depararam com uma cidade com seu comercio fechado, devem ter se sentido como um bandido perigoso, no velho oeste americano, quando chegava a uma cidade e todas as portas se fechavam com medo dele.

Para Votuporanga se transformar em um destino de turismo de evento é preciso, conscientizar desde a população até os empresários da cidade, explicar para todos o que é turismo receptivo como funciona, e como se mantêm o turista interessado no evento da hora que chega até a hora que vai embora.

Sem preparo e conscientização, não passaremos do projeto de ser um destino turístico de eventos.
             
E pra completar vamos entender as diferenças existentes entre Turismo e Lazer.

Lazer a gente faz na nossa cidade, e não se precisa obrigatoriamente se gastar dinheiro para se ter um Lazer, um bate bola na quadra da praça publica com os amigos já é Lazer.

Turismo a gente só faz na, cidade, estado e país de quem nos recebe bem, e obrigatoriamente se gasta algum dinheiro por lá, pode até não ser muito dinheiro, mas se deixa algum dinheiro no destino turístico, pois o turista vai comprar produtos e serviços nesse destino.

Por tanto nunca se é Turista na cidade onde se mora, e você até pode fazer um Lazer na cidade onde você é Turista, só naquelas atrações que você usa junto com os moradores do local e onde você não paga para usar.

Acho que isso é a primeira coisa que se tem que entender para receber bem o Turista.   

                                       Flavio Do Val.

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