domingo, 20 de março de 2011

Coluna túnel do tempo.

Votuporanga – Do Petromax a Luz elétrica.

A escuridão dominou por muito tempo as noites quentes de Votuporanga.

Nas noites sem luar, muitas vezes tudo era breu, para se ver as pessoas que iam passar por nós era preciso estar atento, para quem tinha um “Farolete”, era fácil andar, quem não tinha precisava andar com cuidado, conforme a noite não se via mesmo a um ou dois metros de distancia.

Nisto lembro-me de um caso que me aconteceu.

Acabava de deixar uma moça em sua casa e nem tendo andado uns cinco metros tateando o caminho, um vulto que não tinha visto, passou por min. E estava ele vestido de branco, senti um pequeno relar, mas mesmo assim meu cabelo se enristou. Se, tive medo?

O que você acha?

Da Luz elétrica não se tinha noticia.

Um Dia um Caixeiro Viajante apareceu vendendo um tipo de lampião. Este poderia ser a gasolina ou querosene. Tendo feito uma apresentação de como funcionava, logo muitos vendeu.

O Lampião tinha as seguintes características:

Um Bujão na base onde era colocado o combustível.
Uma Válvula cuja função era dar pressão.
Tinha um vidro côncavo em cima do bujão. Este vidro servia para resguardar uma camisinha que incandescente produzia uma luz clara.
A Camisinha ficava pendurada em cima de um tubo por onde subia o gás que era produzido após a pressão feita pelo uso da válvula.
Esse aparelho, (o Lampião) transmitia uma luz clara, bem brilhante.
A Partir de 1942 uma luz que podemos dizer luz elétrica foi aparecendo. Eram motores com dínamos que eram usados pelos donos para produzir seus serviços.

Assim era o caso do Manoel Matta para tocar o cinema. Do Blaya, para uso da sua oficina mecânica.

 O curioso é que eles cediam a alguns vizinhos o uso de alguns bicos (lâmpadas).

 Mas tudo logo ficava em trevas.

Uma mini-empresa foi instalada na rua santa Catarina, pertencia ela ao SR. Amadeu Fava que ao instalar um motor e dínamo mais potente, passou a fornecer luz para vizinhos que lhe pagavam uma taxa.

Mas as ruas continuavam escuras, não havia iluminação Publica.
Uma Particularidade, às 10 horas da noite a luz era apagada e o motor desligado.

Quem ainda estivesse acordado que preparasse seus lampiões, lamparinas ou as suas velas.

Eram instantes de calmos momentos, onde tudo parecia um paraíso, tal a simplicidade como se vivia.
                                                                                                                                                     *Joaquim da Luz Marques

*O Professor Joaquim da Luz Marques chegou a Votuporanga com 10 anos em 1940, com seus Pais e Irmãos, aqui estudou se formou, tendo seu Pai se estabelecidos na Vila com o comércio de secos e molhados CASA MARQUES, que foi onde hoje estão à loja Banby e a galeria Goraybi o Professor lecionou no Colégio Comercial de Votuporanga do qual também é sócio.

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